MOVIMENTO JÁ

O PLANO É UMA PIADA.

segunda-feira, 17 de março de 2014

AGORA É HORA!

Uma semana pode mudar a história dos trabalhadores do Centro! Quem não parou ainda pode aderir agora e ajudar a conquistar nossas emendas!

14/3/2014
Trabalhadores do Ceeteps,
Gostaria de discutir com vocês os caminhos da nossa mobilização.
Em 17 de fevereiro, tínhamos apenas uma promessa. Em 17 de março, temos uma discussão fervente na Assembleia Legislativa sobre o plano de carreira dos trabalhadores do Centro.
O que o diálogo não foi capaz de resolver, a greve conseguiu. Esta é a mais concreta afirmação de que somente a luta traz conquistas. Por mais que estejamos sempre abertos ao diálogo, o governo não cumpre seus compromissos e somente responde quando é pressionado.
A discussão do nosso plano de carreira iniciou-se em 2011, como resultado da greve daquele ano, e somente se materializou na greve de 2014. O que em três anos o governo não “conseguiu fazer”, num prazo recorde, de 12 de fevereiro (quando a greve foi oficialmente comunicada pelo Sinteps ao Ceeteps) a 28 de fevereiro (quando o governo encaminhou seu “plano” à Alesp), 16 dias foram suficientes para todas as secretarias concluíssem o plano de cargos e salários.
Estamos sofrendo assédio moral desde o primeiro dia da greve, quando o secretário de Desenvolvimento, Rodrigo Garcia, afirmou que a greve dificultava as negociações. Já no segundo dia, recebemos comunicado oficial do corte de ponto.
Nos dias seguintes, muitas direções de unidades começaram a assediar os grevistas, impedindo seu acesso às unidades; impedindo a colocação de material informativo nas unidades; alguns impondo até que os grevistas fizessem comunicação formal de adesão; outros publicando no Facebook oficial da escola a substituição dos grevistas; outros publicando nomes dos grevistas como forma de execração pública. Alguns gestores informando, ainda, que os que não aderissem à greve deveriam registrar as aulas como dadas; depois, se assim desejassem, fazer a reposição e receber novamente!!!!!
A autarquia, ciente de tudo, não agiu como manda a lei. Ao contrário, continuou com seus e-mails institucionais, coagindo os grevistas para o retorno ao trabalho, ameaçando-os com o corte de salários, único meio de sustento da maioria. Em comunicações oficiais, passou informações erradas, inclusive sobre os motivos da greve, causando mais pressão sobre os grevistas. Orientou os gestores a ligarem insistentemente aos grevistas, mesmo aos que já haviam comunicado sua decisão de permanecer em greve, ameaçando substitui-los na reposição de aulas. Isso foi feito por e-mail.
Nossa categoria, composta por profissionais do mais alto gabarito, mostrou que as intimidações são superadas pela organização do movimento. Os comandos de greve, atuando diariamente nas unidades, têm conseguido desmistificar todas as falsas informações veiculadas, inclusive a última, de que não haverá abertura de vestibular e vestibulinho.
Nada disso se concretizará. Nossa greve está na reta final. As ações judiciais contra o assédio do Ceeteps estão em curso. Quanto mais provas produzirmos, mais chances de sucesso. Envie TUDO o que tiver para sinteps@uol.com.br.
A mobilização dos trabalhadores tem sido envolvente, emocionante e eficaz. TODOS os deputados estaduais, de TODOS OS PARTIDOS, estão sendo procurados por nossos trabalhadores em greve e têm nos ouvido com muita atenção. Fato idêntico aconteceu somente em 2000, na vitoriosa greve contra a proposta do governo de desvincular o Ceeteps da Unesp.
A categoria mostra seu amadurecimento e resiste bravamente a todos os ataques do governo, representado pela autarquia.

É possível que o projeto do governo e nossas emendas sejam votados na próxima semana.

É hora de união! Conclamamos todos os trabalhadores à adesão maciça! A greve está em curso, basta aderir!

Uma semana pode mudar a história dos trabalhadores do Ceeteps!

Todos ao ato público na Alesp, quarta feira, 19 de março de 2014, às 14 horas.

Silvia Elena de Lima
Presidente do Sintep

sexta-feira, 7 de março de 2014

TEMPO DE LUTAR POR NOSSOS DIREITOS E NOSSA DIGNIDADE!

Comunicado Sinteps na GREVE nº 11 – 06/3/2014

TEMPO DE LUTAR POR NOSSOS DIREITOS E NOSSA DIGNIDADE!

Caros grevistas,

Após nenhum descanso no Carnaval, seguimos em frente em nossa luta para a conquista de um plano de cargos e salários que efetivamente valorize os trabalhadores do Centro Paula Souza.
Este dia 06/03 foi marcado por uma grande e trabalhosa reunião do Comando Geral de Greve, que aprovou a continuidade da greve e as estratégias para reaver as perdas impostas pelas secretarias e Comissão de Política Salarial do governo Alckmin. O dia tambem foi marcado por uma série de comunicados da superintendência, aos quais respondemos: Só há plano de cargos e salários porque estamos em greve.
“Bom cabrito é o que mais berra”. Esta é a máxima que já ouvimos do governo inúmeras vezes. Portanto, se “no contexto estadual onde a maioria das categorias está pleiteando reajustes” desistir da luta significa aceitar um plano de cargos e salários péssimo, onde nosso tempo de trabalho, nossas titulações e nossos esforços para manter a qualidade em nossas escolas será jogado fora, não o faremos. Continuamos berrando porque somos de luta e temos dignidade.
A superintendência assumiu que o proposto é “nossa proposta”, ou seja, é o que o CEETEPS defende – para docentes e auxiliares de docente. Então, isso nos leva a concluir que o CEETEPS defende a não contagem de tempo de serviço e a não valorização pela titulação!!!!!!!! Quanto aos servidores administrativos, a história mostra que a atual administração nunca os defendeu mesmo, pois foi na gestão da Profª Laura que se inauguraram os reajustes diferenciados para docentes e servidores.
Brilhante é o nosso trabalho, que continua a nos guiar na certeza de que melhores dias e melhores salários são possíveis. Mente a Profª Laura ao dizer que os motivos que levaram a categoria à greve se encerram com a apresentação do plano. Não, Profª Laura, os motivos que nos levaram à greve foram pelo encaminhamento e VOTAÇÃO do plano discutido e aprovado pelos trabalhadores! 
Perguntamos ao Sr. Rodrigo Garcia: Se não tem dinheiro para atender as reivindicações dos trabalhadores, por que o governo vai inaugurar mais 30 ETECs e 20 FATECs? É só para inaugurar e constar da matemática eleitoral?
Como vão colocar gente dentro das escolas se nas atuais já há uma falta insustentável de trabalhadores, causada pelos baixos salários – os menores da Educação Profissional e Tecnológica do Brasil? Aliás, trabalhadores que já não têm quaisquer benefícios e os poucos que têm, até garantidos constitucionalmente, são cortados pelo seu brilhante plano.
O governo continua tapando o sol com a peneira e, pela segunda vez consecutiva, a Comissão de Política Salarial enquadra os servidores de uma autarquia como se fossem servidores da administração direta, equiparando os salários à lei 1080/08. Por que não os equipara à Unesp, nossa autarquia mãe?
Cadê a incorporação do prêmio, se os salários enviados à Alesp são menores do que os apresentados na “Síntese dos Diretores”? É seria a resposta da superintendente, de que “a decisão do Dr. Geraldo foi a equiparação à 1080, porém, de forma que o prêmio de 100% já fosse incorporado ao salário desde já.”? Que contas são estas?
Como alentar os trabalhadores que “receberam” zero ou quase nada depois de tanto se dedicar à instituição?
A única batalha vencida até agora é a materialização do projeto do governo, que, repito, somente aconteceu por conta da greve.
Várias batalhas ainda serão travadas na Alesp, onde já há audiência pública prevista para a discussão do projeto (ainda sem data), já há ato público marcado para o dia 11/3, já há emendas a serem discutidas e votadas pelos deputados.
Caros companheiros trabalhadores das ETECs e FATECs: Não se intimidem com as ameaças de corte de ponto. Este somente poderá vir a acontecer no pagamento de abril (caso a justiça não nos proteja do abuso do empregador) e, até lá, muita água ainda vai rolar... Também, se acontecer, além de ser de apenas 12 dias (os dias não trabalhados em fevereiro), abril é o mês do pagamento do Bônus, como mesmo afirmou a Profª Laura em um dos seus inúmeros comunicados. Fôlego o trabalhador terá até que a negociação dos dias parados aconteça.
Cuidado com calendário de reposição sem garantia de direitos. Não se esqueça de que quem vai lhe impor este calendário é a sua unidade, porque a categoria ainda está em greve e não há negociação do Sindicato com o empregador para a reposição. Então, você pode ser obrigado a assinar documentos que o prejudiquem no futuro ou fazer uma reposição sem garantias funcionais.
A hora é de união. Todos conheceram o plano, todos viram que não há uma perspectiva de progresso na carreira. Todos se sentiram frustrados com a enganação e a enrolação. SE alguém tinha dúvidas, TODAS ELAS FORAM ESCLARECIDAS. 
A CERTEZA QUE NOS RESTA É:
A GREVE CONTINUA E AOS TRABALHADORES QUE AINDA NÃO ESTÃO EM GREVE, É TEMPO DE LUTAR. JUNTEM-SE A NÓS, PORQUE JUNTOS CONQUISTAMOS MAIS.

Silvia Elena de Lima
Presidente do Sinteps

quinta-feira, 6 de março de 2014

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

NA BAIXADA SANTISTA

O QUE O GOVERNO OFERECE


Por falta de verba, ensino técnico de São Paulo perde professores e qualidade

Problemas na carreira e na estrutura provocaram greve que já dura nove dias no Centro Paula Souza. Orçamento total da instituição, que mantém 322 unidades de ensino, é três vezes menor que o da USP
São Paulo – Com orçamento insuficiente, as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e as Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) não conseguem manter professores e funcionários e nem expandir cursos com a qualidade necessária, segundo avaliação da presidenta do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, Silvia Helena de Lima. A autarquia é responsável pela gestão das unidades de ensino profissionalizante.
Os problemas de infraestrutura e a falta de um plano de carreira que garanta aumentos reais de salários e benefícios trabalhistas – como plano de saúde e licença maternidade de 180 dias – fizeram com que professores, funcionários e alunos iniciassem uma greve há nove dias, que já é a maior da história do Centro Paula Souza. Ao todo, 115 das 322 instituições de ensino espalhadas pelo estado estão com as atividades paralisadas.
Seguindo a agenda da greve, pelo menos 600 manifestantes realizaram na tarde de hoje (25) uma passeata na Avenida Paulista exigindo o encaminhamento para Assembleia Legislativa do plano de carreira, em tramitação desde 2011, e mais investimentos na rede. O ato reuniu professores, funcionários e estudantes de instituições de pelo menos 15 cidades paulistas, entre elas São Vicente, Praia Grande, Santos, São Bernardo do Campo, Santo André, Jaú, Ourinhos, Sorocaba, Piracicaba, Botucatu e São Paulo.
Segundo levantamento feito pela RBA, a rede de Etecs e Fatecs aumentou em 14 unidades nos últimos quatro anos, período correspondente à gestão do governador Geraldo Alckmin, sendo 11 novas Etecs e três novas Fatecs. Apesar disso, o montante para investimentos na expansão da rede não seguiu o mesmo caminho: o valor orçado para obras e compra de materiais nas Etecs diminuiu 16,9% entre 2011 e 2014. Nas Fatecs, a queda foi de 5,9%, segundo dados do Sistemas de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo).
Neste período, o montante total orçado para o Centro Paula Souza aumentou 47,5%, passando de R$ 1.250.534.184 para R$ 1.843.598.055. O total que de fato foi aplicado nas Etecs e Fatecs superou o que tinha sido inicialmente previsto em 6,6%. A maior variação foi nas despesas orçadas para pagamento de pessoal, que nos últimos quatro anos aumentou 67,3%.
“O orçamento aumentou e tinha que aumentar, porque saímos de 99 unidades e fomos para mais de 300. Porém, a verba não aumenta na proporção necessária para manutenção, compra de equipamento e principalmente para pagamento de pessoal. A folha cresce muito, não porque houve valorização dos salários, mas sim porque houve contratação de mais gente, porque a rede cresceu”, avalia Silvia.
Apesar do aumento, o orçamento de todo o Centro Paula Souza previsto para 2014 é quase três vezes menor que o destinado para a Universidade de São Paulo (USP), e quase metade do da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Júlio de Mesquita (Unesp). “Os cursos que estão sendo abertos são na área de gestão, que não requerem equipamento. Os cursos na área industrial, por exemplo, raramente são abertos porque demandam atualização constante de equipamentos.”
O professor do curso de Biocombustíveis da Fatec Piracicaba, Alexei Barban, confirma os problemas na instituição. “Faltam equipamentos específicos para as aulas e contamos com apenas um funcionário administrativo. Os salários são muito defasados”, disse, durante o ato. “Não temos um plano de carreira que seja atrativo para os professores e assim não conseguimos atrair os melhores profissionais. Além disso, temos um problema de defasagem dos equipamentos”, criticou o professor Arlindo Teodoro, que leciona Mecânica na Etec Rubens de Faria e Souza, em Sorocaba.
“Nós somos uma escola tecnológica que não tem internet livre e nem bandejão”, criticou Nicholas Campo, estudante de Análise de Desenvolvimento de Sistemas da Fatec da Zona Sul, na capital paulista, durante o ato. “Estamos aqui apoiando os professores, porque se eles têm salários baixos na nossa unidade, considerada uma das melhores escolas públicas do país, que dirá nas demais”, afirmou o aluno do ensino médio da Escola Técnica Estadual de São Paulo (Etesp), Guilherme Cortês.
Para Silvia, presidenta do sindicato, o principal desafio é manter o quadro de docentes e funcionários com a baixa remuneração. “O governo fez uma expansão muito grande, mas não atualizou os salários. Como o mercado está aquecido e como os nossos profissionais da área técnica na maioria das vezes estão também no mercado não conseguimos segurá-los. Não tem comparação o salário de um professor com o de um engenheiro ou de um arquiteto, por exemplo”, diz. Um professor do ensino técnico em estágio inicial nas Etecs ganha R$ 14,85 por aula.
“Tudo isso faz cair a qualidade”, continua. “O centro Paula Souza já foi considerado a maior e melhor instituição de formação profissional e tecnológica da América Latina, mas não podemos dizer que mantemos isso. A gente certamente perde para o Senai e para a rede federal. Ela se expandiu muito no estado de São Paulo e tem condições de trabalho e salários melhores. Então estamos perdendo inclusive estudantes para a rede federal.”
Na sexta-feira (21), profissionais e alunos das Etecs e Fatecs da capital paulista realizaram um ato em frente à sede do Centro Paula Souza. Uma comissão foi recebida pela superintendência da entidade, mas não conseguiu ter acesso ao plano de carreira, porém receberam informações preliminares que haveria retrocessos no documento, elaborado por uma consultoria privada.
O Centro Paula Souza informou, por meio da assessoria de imprensa, que o plano está em “fase final” e deverá ser encaminhado para a Assembleia Legislativa na próxima sexta-feira (28). “Na semana passada, a Superintendência do Centro Paula Souza reuniu-se com grupos de diretores de Etecs e Fatecs para prestar esclarecimentos sobre o plano, reforçando a transparência que vem mantendo ao longo de todo o processo”, diz a nota. A instituição não se pronunciou sobre a defasagem salarial e sobre a falta de investimento na estrutura das unidades.
“O plano de carreira que será enviado para a Assembleia Legislativa certamente não será aquele que os professores e funcionários esperam. Vamos exigir que ele tramite com urgência e vamos definir com o sindicato quais as emendas necessárias ao projeto”, diz o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSol), que participou do ato. “O orçamento para o Centro Paula Souza é baixo. Todo começo de ano brigamos por mais recursos para garantir qualidade na instituição.”

RESULTADO DA PÉSSIMO GOVERNO TUCANO

São Paulo cria 34 mil vagas, mas ganha só 1,5 mil docentes

Apesar de abrir concursos, governo tem dificuldade para preencher postos; desde 2008, total de concursados caiu 7%


Apesar de ter realizado concursos para preencher 34 mil vagas de professores desde 2011, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) só conseguiu ampliar em 1,5 mil o número de docentes concursados na rede estadual até este ano. Especialistas avaliam que o governo do Estado criou uma "bola de neve" nesta questão e enfrenta dificuldades para manter os profissionais na rede.
O número de concursados caiu de 130,5 mil, em 2008, para 120,8 mil, em 2013 - queda de 7%. O total de efetivos até cresceu 4,4 mil entre 2011 e 2012, mas voltou a cair neste ano.
Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Alavarse diz que há falhas de planejamento. "Não fizeram os concursos ao longo do tempo para reposições", diz. "Além das exonerações, tem as aposentadorias previstas. Organizar esse processo não é sofisticação, é o mínimo." A média de aposentadorias é de 5 mil por ano, segundo a Secretaria da Educação.
Em novembro, o Estado realiza mais um concurso, para 59 mil vagas. Espera que 20 mil docentes assumam no próximo ano. Alavarse duvida do resultado, por causa da dificuldade de recrutar tantos profissionais. "Não se regulariza essa situação de uma vez. Levará de cinco a dez anos para resolver."
A diretora da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, enfatiza que é necessário ter ações específicas para quem chega à rede e para quem é de carreira. "Não existe medida que tenha grande impacto sozinha", diz ela. "Sem carreira atrativa, acabamos contratando quem tem dificuldade de ingressar em outra carreira. E a gente precisa dos melhores profissionais."
A dificuldade em aumentar o quadro docente tem provocado problemas nas escolas. Reportagem do Estado deste mês mostrou que havia no primeiro semestre 4,8 mil turmas sem professor de alguma disciplina - a maior parte de Matemática, Geografia e Sociologia.
O presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP), José Maria Cancelliero, diz que há uma "crise". "Falta vontade política de melhorar a escola pública. Levadas por isso, muitas pessoas ingressam e, quando arrumam um emprego, vão embora", diz. "Tinha de ter um salário digno do Estado mais rico."
O piso salarial na rede estadual é de R$ 2.255. É maior do que o nacional, de R$ 1.567. Mas na rede municipal da capital, por exemplo, o professor iniciante ganha R$ 2,6 mil.
Presidente do principal sindicato da categoria, a Apeoesp, Maria Izabel Noronha foi procurada, mas não atendeu aos pedidos de entrevista.
Recomeço. Professora de Matemática, Valdirene Antenor, de 48 anos, tentou desistir do magistério em 2008, quando se exonerou do Estado. Abriu uma cantina, mas não deu certo. Voltou para a escola e decidiu ir para o Município. "No Estado são 20 anos de descaso", diz. "Nas escolas municipais também não é uma maravilha, mas o salário é maior. Não queria voltar, não estou contente. Mas que trabalho eu vou arrumar com essa idade?" Ela também leciona em escola particular.
A Prefeitura defende que está implementando ações de melhoria das condições de trabalho, como programa para ampliar a segurança. O Estado ressalta que garantiu aumento escalonado de 45% até 2014. Também citou a implementação de programas, como o Residência Educacional, um estágio remunerado. 

O QUE SOBRA PARA AS FATECS?

Por ano, 3 mil professores desistem de dar aula nas escolas estaduais de SP

Educação. Dados obtidos com exclusividade pelo ‘Estado’ revelam migração média de 8 docentes por dia para as redes municipais e particular e também para outras carreiras; salários baixos, pouca perspectiva e más condições de trabalho motivam abandono


Os dados obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação são inéditos. A rede tem 232 mil professores - 120,8 mil concursados, 63 mil contratados com estabilidade e 49 mil temporários.
A fuga de professores também é registrada na rede municipal de São Paulo, mas em menor escala. As escolas paulistanas têm média de 782 exonerações por ano desde 2008.
Proporcionalmente ao tamanho das redes, o índice no Estado é duas vezes maior. Além disso, a capital conseguiu ao longo dos anos ampliar em 12% o número de efetivos, enquanto a rede estadual tem 10 mil concursados a menos do que em 2008.
Os docentes que abandonaram o Estado migraram para escolas particulares, redes municipais ou dão adeus às salas de aula. O bacharel em Educação Física Marco Antonio Uzunian, de 30 anos, decidiu ser instrutor de uma academia e hoje também trabalha em uma empresa.
Apenas um ano em uma escola estadual na Vila Carrão, na zona leste da capital, foi suficiente para ele desistir. Uzunian é um dos 2.969 efetivos que pediram exoneração só no ano passado. É o maior índice desde 2008. "Na escola eu não conseguia tocar um projeto de verdade, não tem apoio nem companheirismo", diz.
O bolso pesou na decisão. Depois de concursado, só pôde pegar uma jornada de 10 horas. "Eu não tive opção de jornada maior. Essas 10 aulas me rendiam R$ 680." A Secretaria da Educação não respondeu por que há limite de jornada para novos docentes.
Crise. Nem a estabilidade do funcionalismo público tem impedido demissões. Formado em Matemática pela Federal do Paraná, Fabrício Caliani ingressou na rede estadual em 2004. Abandonou em 2009 para ficar em escola particular. "Escolhi ser professor por vocação e faço meu trabalho bem feito. O que eu ganhava até me aposentar não ia compensar enfrentar tudo isso", diz ele, que dava aula em Bastos, no interior paulista.
Mesmo sem ter emprego em vista, Eduardo Amaral, de 39 anos, pediu exoneração em abril de 2012 - depois de 8 anos na rede. "Para além da questão do salário, jornada e condições de trabalho adversas, tem o dia a dia da escola. É um ambiente hostil", diz ele, que hoje trabalha na Câmara Municipal de São Paulo.
Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Romualdo Portella considera os dados muito altos. "Temos reconhecido que a questão-chave da educação é o professor, mas precisamos ter atratividade de carreira, boa formação, retenção e avaliação", diz.
A Secretaria da Educação defendeu que o número de exonerações representa só 1,63% do total de efetivos. Em relação à diminuição do número de efetivados, a pasta argumentou que aposentadorias, mudanças e mortes devem ser levados em conta. O governo não informou quantos concursos realizou desde 2008.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

GREVE DAS ETECS E FATECS: ESTUDANTES “PERSEGUEM” GOVERNADOR DE SP


A luta pela melhoria da estrutura e valorização dos profissionais das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do estado de São Paulo vem crescendo a cada dia. Desde o anúncio da greve, iniciada no último dia 17 de fevereiro, diversos atos estão correndo pelo Estado, com professores e estudantes como incansáveis protagonistas.

Nesta segunda-feira (24/2), não foi diferente. Cerca de 50 estudantes, entre eles a presidenta da UEE-SP, Carina Vitral, e o presidente do DCE-Fatec, Arthur Miranda, pegaram a estrada rumo à Americana, cidade do interior paulista, com o objetivo de ‘’perseguir’’ o governador Geraldo Alckmin e reivindicar as pautas das instituições de ensino.

‘’Estamos seguindo a agenda do governador, que está fazendo uma caravana por diversas cidades do interior. Nosso objetivo é mostrar para as autoridades que a greve nas Etecs e Fatecs é forte no estado inteiro e que ele precisa voltar os olhos para as nossas reivindicações’’, falou o presidente do Dce-Fatec.

Do palco, onde realizava inauguração de uma obra do governo, Alckmin ouvia os gritos e palavras de ordem que ecoavam pelo saguão. A pressão e o barulho fez com que o governador recebesse os estudantes para uma conversa.


Para a presidenta da UEE-SP, este foi um momento extremamente importante. ‘’Após muita insistência conseguimos uma reunião para pautar nossas demandas. Reivindicamos o plano de carreira para os professores, assim como a melhoria da estrutura nas Fatecs e Etecs, que precisam de mais laboratórios, mais assistência estudantil e também denunciamos a falta de democracia que hoje impera nas instituições’’, salientou.

O encontro durou cerca de 20 minutos, e permitiu aos estudantes a exposição dos problemas encontrados nas instituições e a reivindicação de soluções efetivas também para os professores. Como resultado, Alckmin se comprometeu a receber a UEE-SP no mês de março, quando acontece a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira.

‘’A reunião nos permitiu deixar bem claro que estamos articulados e empenhados por melhorias nas Etecs e Fatecs. Em São Paulo, onde o governador estiver, terão estudantes fazendo barulho para lembrá-lo das nossas exigências’’, finalizou Carina.

Da Redação

FONTE: UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES

Alunos da Etec pedem que professores entrem em greve

Marcus Liborio  para o JCNET.COM.BR

24/02/2014.

FONTE: http://www.jcnet.com.br/Geral/2014/02/alunos-da-etec-pedem-que-professores-entrem-em-greve.html



Dezenas de alunos protestaram em frente à Escola Técnica Estadual (Etec) de Bauru, na manhã desta segunda-feira (24). O grupo pede que os professores parem as atividades. Na semana passada, 100% dos funcionários da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Bauru aderiram à paralisação de âmbito estadual, reivindicando, principalmente, a implantação do plano de carreira para professores e funcionários.
De forma pacífica, os alunos da Etec se reuniram no cruzamento da rua Virgílio Malta com avenida Duque de Caxias, por volta das 9h30. Com cartazes nas mãos, chamaram a atenção de motoristas e pedestres que passavam por ali.
Segundo a reportagem apurou no local, os estudantes pretendiam fazer uma caminhada até o Calçadão da Batista, no Centro, mas foram impedidos pela Polícia Militar (PM), por conta de riscos aos adolescentes. 
O aluno e membro do diretório acadêmico da Fatec, Igor Fernandes afirmou ao Jornal da Cidade nesta segunda-feira que a manifestação serve para mostrar ao Centro Paula Souza que o Estado inteiro está em unidade e lutando junto por uma única causa.
"Estamos unidos e queremos mostrar isso. Essa greve tem como pauta um plano de carreira para os professores e funcionários do Centro Paula Souza. Queremos mostrar também aos professores o nosso apoio. Mas acredito que a maioria deles se sente acuada, fica com medo e se sente instável no cargo. E justamente por essa instabilidade acredito que está sendo mais difícil os professores aderirem a greve".
Até o meio-dia, nenhum professor havia se manifestado sobre o protesto.